terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Videos exclusivos do Blog e mudança para o Wordpress

Olá a todos!

Dando sequência à minha vida de blogueiro,que completará 10 anos, tenho duas grandes novidades.

A primeira que iniciei um vlog com videos gravados especialmente para o Pipas.

Você pode conferir os videos no canal do youtube: Vlog As pipas

A outra novidade é a mudança de endereço deste blog para o Wordpress.

A partir de hoje o Pipas transfere suas atividades para lá.

www.aspipas.wordpress.com

Apareçam!

Opinem sobre os videos! Toda contribuição é bem vinda.

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Pequeno trecho do livro "Contraponto" (Aldous Huxley)

“Percebo agora que o verdadeiro encanto da vida intelectual –da vida consagrada à erudição, à pesquisa científica, à filosofia, à estética, à crítica –é a sua facilidade. É a substituição de simples esquemas intelectuais em lugar das complicações da realidade; da morte silenciosa e rígida em lugar dos movimentos desconcertantes da vida. É incomparavelmente mais fácil saber muitas coisas, digamos, sobre a história da arte, e ter idéias profundas sobre metafísica e sociologia, do que conhecer pessoalmente, intuitivamente os seus semelhantes e ter relações satisfatórias com seus amigos e suas amantes, sua mulher e seus filhos. Viver é muito mais difícil que o sânscrito, que a química ou que a economia política. A vida intelectual é um brinquedo de criança; eis por que os intelectuais têm uma tendência para voltar à infância, para cair em seguida na imbecilidade, e, finalmente, como demonstra com clareza a história política e industrial destes últimos séculos, a tornarem-se homicidas loucos e selvagens. As funções reprimidas não morrem; deterioram-se, decompõem-se, revertem ao estado primitivo. Mas enquanto isso é muito mais fácil ser criança, louco ou besta do que homem adulto harmonioso. É por isto que (entre outras razões) há tanta procura de instrução superior. A corrida para os livros e para as universidades lembra a corrida para as tavernas. Essa gente necessita afogar a consciência das dificuldades que há em viver decentemente neste grotesco mundo contemporâneo; eles tem necessidade de esquecer a sua deplorável insuficiência como cultivadores da arte de viver. Uns afogam suas tristezas no álcool,mas outros, ainda mais numerosos, as afogam nos livros e no diletantismo artístico; uns procuram achar o esquecimento de si mesmos na libertinagem, na dança, no cinema, no rádio; outros, nas conferências e nas ocupações científicas. Os livros e as conferências são melhores para afogar as mágoas do que a bebida e a fornicação; não deixam dor de cabeça nem essa sensação desesperante do post coitum triste.”

(Huxley, no clássico "Contraponto")

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Para saudar um gênio - Caymmi

Para saudar o grandíssimo ser humano e músico  Dorival Caymmi nada melhor do que ler um de nossos grandes ensaístas falando sobre ele, sobre o Brasil, sobre a música. O livro se chama "Caymmi: uma utopia de lugar" e o referido escritor Antonio Risério.

Para o pessoal de humanas, desnecessário apresentar esta coleção, por sua incrível e confiável variedade.

Trata-se, no caso, de ensaios leves e instrutivos acerca da história da nossa música.

Eis um pequeno trecho, muito bonito:

“Na promoção dos discursos populares brasileiros, o rádio revelou nossa natureza de país multicultura. Em seu duplo movimento, constituiu-se em foco de atração e de irradiação, concentração e dispersão, de nossas formas musicais popularfes. Por seu alcance, exibiu a todos nós nosso próprio colorido de cultura. Levava Caymmi ao sertão; Lamartine Babo e Noel Rosa à Bahia; Assis Valente a Minas Gerais; o baião ao Brasil meridional. Um ouvinte centro-sulista podia ouvir, no mesmo dia, Caymmi e Luís Gonzaga. Ou, como diria Euclides da Cunha, um mestiço neurastênico do litoral e um sertanejo-antes-de-tudo-um-forte.”

(Antonio Risério)


Link de alguns exemplares na Estante Virtual.


ps: Luizão, tô lendo!

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Excelente rádio online: Café del sur

Indicada pelo meu amigo Adriano, esta rádio é uma das melhores online que já ouvi.

A identidade da rádio gira em torno de: música popular de alto nível com ênfase nas canções espanholas, italianas e latino-americanas.

Os programas vão ao ar nas manhãs de domingo e os podcasts ficam aqui: Café del Sur.

Indicado pelo meu amigo Adriano de Bortoli.


segunda-feira, 3 de novembro de 2014

100 Informes

O blog do meu amigo, Gilberto Caldat, que escreve como raros, está prestes a completar 100 "Informes".

Para quem gosta de literatura, poesia e outras magias negras.

Confiram:

Híbrido Informe

Ateliê Jabutipê
































Antônio Augusto trabalhando na calçada


Quem estiver de andanças por Porto Alegre, poderá conhecer esse pequeno lugar que recomendo muito.

Tocado pelo artista plástico Antônio Augusto Bueno (artista-amigo que eu admiro muito), o atelier Jabutipê fica no centro de POA e reúne conversas e almas que valem muito.

Também está sempre lá presente, por exemplo, meu amigo Luis Filipe (irmão do Antônio), levando seu pendor literário, etílico e afetivo com grande dedicação.

Abaixo o endereço deste lugar. Para visitar o Jabutipê marque com o Antônio!




Face do Jabutipê
Site
Flickr do Antônio Augusto

Email: antonioaugustobueno@yahoo.com.br




Endereço:Rua Cel. Fernando Machado, 195
Centro / Porto Alegre – RS – Brasil
CEP 90010-321










                                                    trabalho de Gil Maulin no Atelier




                                                       obra do Antônio Augusto

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Calma - sobre Kandinsky




Se um pintor resolvesse se tornar, apenas por meio de suas tintas, o mais perfeito samurai, provavelmente se tornaria Kandinsky.

Para dominar o infinito do tempo, respirando no alerta do espaço, para traçar o esplendor do instante em sua exigência de ordem, ardor, delírio, paz, paciência e violência, tal artista teria de ir de um extremo ao outro do infinito, amando a todo inimigo da carne. (“O Nada nadifica.” - Martin Heidegger)

Precisaria ter calma para prender a inumerável criatividade do tempo, amor à paz, humildade para ser escravo da força que possuiria e o possuísse. Teria de ser um Deus que começasse do mínimo ou uma criança fantasma que caminhasse encima da faca da verdade.

Teria de amar, com superstição animal, o rigor. Teria de ver os fatos tão através que voltaria para estar diante deles como diante do maior-primeiro-milagre.

Não, a força não é pura força: a força é a maior fraqueza. Forte é a visão da força. A doação para outro, que está em si, e que se separa e que atesta a força da carne de Deus silenciosamente, humildemente, como um guerreiro que sabe que quanto mais esperar pelo sangue, mais a um só tempo ávido, pleno e pacificador será seu gozo, sua submissão, sua vitória.

Dentro do maior delírio há criação de ordem, há sacrifício. Sonda-se o infinito, faz-se ciência. Dá-se o limite do Desenho, a visão da mais possível verdade, para outro.

O guerreiro é quieto e faz o trabalho de sua vida com paciência, mudo louvor à matéria, mínimos gestos de razão que cortam a carne de Deus.

Um universo é pequeno, mas vivo.

Do esplendor somos amantes, dele queremos bem, e nele somos irmãos da forte libertação.



Curva dominante

                                                             Amantes cavalgantes

Rosa decisivo

                                                                A montanha azul


                                                                    Improviso 7
                                                          

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Novo blog na área


Blog recém iniciado do meu amigo Gilberto Caldat.

Vale muito pra quem gosta de poesia. Um post sempre casado com imagem.


Tá aqui: Híbrido Informe







segunda-feira, 27 de outubro de 2014

CD: Feijão e Sonho - François Muleka






























E "chegou" às minhas mãos o cd Feijão e sonho do François Muleka. (Aspas no chegou porque eu é que fui até ele.)

É claro que (ainda) estamos na geração MP3 e tudo mais, mas acredito no seguinte: para os trabalhos de artistas próximos em tempo e espaço e, ainda mais, iniciantes, investir num modo diferente de apreciação é um gesto de lucidez.

No caso, não se trata de baixar aquele disco do Lennon ou do Milton que você não conhecia. Estes são artistas que você ama e conhece e são consagrados. Trata-se do exercício da cultura por excelência: ir ao encontro de algo que está sendo produzido hoje. Dar ouvidos, apostar a atenção no nascimento da beleza.

É como se você pudesse escolher em que candidato votar em uma gama muito grande de possibilidades. E pudesse votar em vários, dando os pesos que quisesse para o seu voto. Se está faltando beleza na política não pode faltar para os artistas.

O cd em questão é uma das aquisições que recomendo, para o exercício da cultura, com todas as forças. Do som à produção o disco está nota 10.

Começo o exercício de o ouvir.

Que venha a nova música!

Entre em contato para adquirir o cd

Link para o Spotify

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Por que ouvir Elvis Costello em 2014?




Postei ali embaixo e não falei muita coisa.

Na música desse sujeito é como se o pop aparecesse falando por si mesmo, com uma linguagem que é a sua própria.E isto é feito com inteligência e apelo.

O músico pra mim é uma espécie de Caetano Veloso às avessas. Ao contrário do tropicalismo, o som não é como que um pop digerido e sim um pop puro.

Existe muita musicalidade, muitas ideias e muito veneno pop nas coisas feitas por este artista.

Fica a dica!

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Top 5: Meus textos na Naipe

                                                             www.revistanaipe.com
 
Como alguns frequentadores deste blog sabem, escrevo há 3 anos e pouco para a Revista Naipe de Florianópolis.

Eis uma lista dos meus 5 textos preferidos publicados lá.

1. O hippie projac
Pense na alegria do Tiririca a primeira vez que botou as mãos no poder. Assim foi minha euforia inexplicável ao escrever e ver publicado esse texto. Foi o meu primeiro sucesso com a escrita. Obteve na época (antes da revista zerar alguns dados) uns 550 curtir batendo o recorde da Naipe.


2.Caríssima Laura Gilardenghi
Agora imaginem a alegria do Bono Vox a primeira vez que ganhou óculos escuros. Assim eu me senti primeiro quando topei com o quadro que descrevo neste texto e, posteriormente, com o texto que escrevi. A impressão da obra foi forte e me orgulho dessas palavras.


3.Geração Indie
Pense agora em uma grande e diabólica zoeira sua fazendo sucesso. Este texto passou dos mil curtir e trouxe uma quantidade imensa de xingamentos e zoações pra cima deste autor meramente internético. Escrevi esse Manifesto Timidez Zoeira em 2006 e resolvi o publicar 6 anos depois. É um personagem meio fictício, meio real.

4. Na nossa frente
Gostei muito de escrever esta crônica. Imagine a alegria do Pica Pau quando chega o verão. Foi assim, eu com esse texto e eu com as "sutis guinadas" da arte em Florianópolis.


5.Sobre o grande sarcasmo
É o último texto que escrevi. Depois de algum tempo sem qualquer rotina de escrever (coisa única em 8 anos) acho que começo a encontrar um estilo de exposição. Trata-se de parágrafos isolados (aforismas) colados como se fossem um texto normal. Em cada um, pensamentos sobre a arte e a apreciação contemporâneas. Pensem na primeira vez que uma mosca enrolou-se, por acidente, nos bigodes untados a mel justo do Salvador Dalí.

La Paz e as cidades

Bela foto da noite de La Paz.



Tirei daqui: 25 Fotos de Bolivia que parecen sacadas del cerebro de Dalí

Sobre o titulo do link, algumas fotos parecem realmente saídas da cabeçola do finado Dalí. Outras estão mais pra uma mistura dos pensamentos de, sei lá, Liam Neeson e Oprah.


terça-feira, 21 de outubro de 2014

John Coltrane - A love supreme: Ao vivo


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Em julho de 1965 a obra "A love supreme" foi tocado pela primeira e última vez ao vivo.

Para ouvidos lúcidos, trata-se de uma das 10 obras primas da história do jazz. Pra mim e pra muitos está entre as 3.

O álbum foi um dos últimos de Coltrane, marca a conquista do conceito estético no qual ele e qualquer artista aspira chegar e foi dedicado a Deus.

Eis o link para esta versão:

John Coltrane - A love supreme: live Grooveshark

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Elvis Costello - Punch the clock

Primeira das músicas deste álbum, Punch the clock. Comprei pois revi pela 5ª ou 6ª vez o filme Alta Fidelidade (High Fidelity, com John Cusack) e nele aparece a lindinha Shipbuilding. Discaço.



sexta-feira, 17 de outubro de 2014

François Muleka em Curitiba



































Na minha opinião, você está diante de grande arte quando enxerga um objeto na sua frente que não para de "transcender".

E com não parar de transcender quero dizer: não parar de gerar um sentido que supera a si mesmo. Você num átimo se vê diante de um ente que concentra animação vital de tal forma que se sua razão ou coração tenta acompanhar os caminhos propostos por ele a única possibilidade é perder-se. E então você cala e então, é claro, é isto que é estar diante da beleza.

Imagine que a vida lhe colocasse diante do seguinte desafio, para testar sua força: você perde sua visão e é colocado num país irreal de um outro mundo. Lá você é deixado até se sentir completamente perdido, sem qualquer direção.

O que você sente não é desespero ou dor. Você simplesmente quer ouvir a vida, mas ela está falando outras línguas, deslavando outras músicas e ela não te vê. Você não a culpa, sente que não a pode culpar, pois, lúcido, sabe que ela não o está condenando e sim apenas correndo em infinitas outras direções. E você é um.

De repente, num instante, a voz de um irmão (ou irmã) passa a te dar inúmeras coordenadas. Esta voz não está fazendo questão de te amar, mas te lembra do amor. Esta voz é mais a voz da simplicidade do que a da razão. Esta voz traz tanta razão que se torna impressão: abertura de caminho. Ela diz: vá. Esta voz constrói por prazer inúmeras pontes e é a voz da arte.

Assim foi o som apresentado por François Muleka, Trovão Rocha e Fernando Lobo ontem, aqui em Curitiba no bar 351 (situado na Trajano Reis).

Girando em torno das músicas do primeiro, estes três moleques fizeram uma tal demonstração do que é arte que eu me senti como na época em que alimentar a expectativa de encontrar tesouros em forma de bandas (geralmente de rock) era um dos maiores e mais elevados hobbys à disposição. E de vez em quando acontecia. Aconteceu.

François é a grande revelação como compositor de música brasileira na cidade de Florianópolis. Entenda o que o casamento de suas melodias e seu ritmo, seu conceito próprio, está fazendo em qualquer uma de suas músicas e descubra você mesmo o espanto que este músico tem gerado. Trata-se, com toda certeza, de uma pessoa que está primordialmente, nas suas primeiras aspirações, interessada em fazer música e não outra coisa. Trata-se de um artista-músico e não há maneira possível de desmentir isto.E ele está brilhando e sabe pra onde vai.

Acompanhavam-no o baixista e maior parceiro musical Trovão Rocha (um virtuose que a todo tempo está fazendo arte e não firula e que sempre impressiona pela maturidade) e o baterista Fernando Lobo. Este músico, por sua vez, (bastante conhecido na cena por tocar com o grande Molungo, trabalho solo e vários outros projetos) impressiona pela irmanação ao som de François e Trovão.Além de excelente instrumentista, Fernando (que salvo engano meu tocou pela 2ª vez com seus colegas) entendeu por dentro o que esta música pede. Sua sagacidade no instrumento mostra que estamos diante de outro artista de grande espírito.

Que François volte mais vezes à Curitiba, pois certamente ele tem tudo a ver com aqui.

Entendedores se espantarão.



Texto também publicado aqui: Tons e toadas

 

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

O que é o rock hoje?



 Dica: a matéria A receita do Queens of The Stone Age pro rock fazer sentido em 2014

 
 Não concordo com praticamente nenhum argumento geral dessa matéria, mas acho válidos e merecidos os elogios ao Queens e válida a leitura.

A pergunta "O que é e qual o status do rock hoje?" considero muito rica.


Ao lado do QOTSA acho que pelos menos Arcade Fire e Pearl Jam (este tendo superado há tempos a referida ética de autodestruição de sua geração) brigariam pelo cetro do rock. E há muita coisa interessante sendo feita (Mars Volta, Jack White, Tame Impala, etc,etc).

Entre slogan de camiseta e espera por novos heróis, este antigo "vetor cultural significativo da juventude" pra mim continua sendo tão poderosamente artístico quanto sempre foi e balançando tantas cabeças.

E mais: eu sou louco ou o grunge é sim muito dançante?

Cinema ao alcance do mouse

Um dos meus sites preferidos.

A disponibilização do mural   "Guerra e paz" de Cândido Portinari para viagem virtual.






terça-feira, 14 de outubro de 2014

Sobre os explícitos plágios (quando de fato acontecem) do Led Zeppelin:




Aceitando o fato, ao lado da circunstância óbvia de ser esta a banda que mais fortemente pode competir com os Beatles como a maior da história, o que resta é desdobrarmos, sob ângulos diversos, esta atitude.

O Led não só começou roubando como continuou a roubar carreira adentro. Parte de sua força maligna pode ter se exercitado justamente nisso e então, hipótese aceita, anjos se tornam os punks com a humilde assunção de responsabilidade de seu “do it yourself”.

Serem elevados a um só tempo à condição de “deuses” e “maus garotos” só pode resultar na inocência mais radiante.

E não pode ser por culpa total ou parcial destas evidentes apropriações que o que aconteceu seja julgado e apagado: um novo Led Zeppelin não será descoberto, nem outra maneira de fazer este estilo chistoso, o rock, brilhar de maneira tão impetuosa, diversa, cômica, diabólica.